sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Diabo anda à solta e eu sou uma possuída


Nunca tinha pensado em como eu reagiria face a uma situação crítica. É certo que, cá em casa, já estou habituada a certas doenças que vão aparecendo mas, aquelas situações em que temos que agir prontamente, em que é naquele exacto momento que precisam de nós, eu não sabia como iria reagir.

Na teoria aprendemos que devemos manter a calma e o sangue frio, se for numa situação alheia a nós não será assim tão difícil, mas quando é connosco... o caso muda de figura. Eu não sabia mas hoje fiquei a saber que em casos críticos eu sou péssima a reagir e a agir. Ou seja, reajo da maneira errada e fico em pânico sem conseguir fazer nada. As pernas tremem, as lágrimas saltam desalmadamente e grito como se não houvesse amanhã. A única coisa que consegui fazer em condições foi gritar por socorro!

Eu tenho vindo a referir que aqui em casa há sempre alguma desgraça prestes a acontecer e hoje foi a vez do Matias... Enquanto eu tirava água do poço para lavar o sítio onde está o Luísinho o Matias, vindo do nada, subiu e caiu ao poço. Só quando ouvi o "splash" é que corri para ver o que tinha acontecido e, ao espreitar, lá estava ele a tentar salvar a vida.

Só gritei por socorro e pedi ajuda. Os vizinhos vieram acudir e eu ainda atirei o balde ao fundo do poço para tentar que ele saltasse lá para dentro. Depois comecei e tremer e a chorar durante o que me pareceu uma eternidade. O gato lutava pela vida e eu só chorava e dava-o como perdido.

Enfim, estou traumatizada e desagradada com a minha atitude. A Cristina e o meu irmão conseguiram salvar o Matias mesmo quando ele já estava a perder as forças. Eu ainda não recuperei as minhas... Obrigada pelo gesto e pelo esforço!

A todos os que se riram da situação, que dizem que só se deve chorar pelas pessoas, que disseram que o deixavam lá ficar... parabéns pela linda atitude! Ficou-vos bem!