quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Menos uma

Quando ela chegou cá a casa eu prometi a mim mesma que não me ia afeiçoar. Ela era do meu irmão e ele é que tinha que se orientar, porque eu já tinha muita gente e muitos bichos para cuidar. Mas, é impossível não gostar de um animalzinho fofinho que arranjou um estratagema para abrir a gaiola e que, quando solto, segue-nos para onde quer que formos. Habituei-me a lavar os dentes com ela a tentar subir-me pelas pernas; habituei-me a varrer a casa de banho 5 vezes ao dia para apanhar a palha que ela atirava gaiola fora; habituei-me a alimentá-la e a aconchegá-la pertinho, apertando-a quase ao ponto de lhe saírem os olhos das órbitas. O meu irmão, que é o dono, saiu de casa e foi viver a vida dele e, hoje, levou-a :) Tenho pena, mas o amor também é deixar ir aquilo que não nos pertence. Óbvio que eu deixei ir mas não sem deixar umas quantas recomendações, sendo que a mais importante foi: "Tu vê lá se não matas a bichinha!" e ainda completei com cuidados alimentares e higiénicos.
Espero que ela tenha um bom resto de vida, embora saiba que não lhe deve restar muito tempo porque os hamsters são de vida curta. Resta-me a consolação de, pelo menos, não ter que a ver morta ;)